quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Brotos verdes


A ONG anglo-mali Sahel Eco apoia os agricultores no cultivo de espécies nativas de árvores. Já nascendo naturalmente nas terras cultivadas, elas protegem as plantações do calor intenso, suavizam o vento e mantêm a umidade do solo. As folhas fornecem, ao mesmo tempo, alimento para o gado e húmus, ao cair no chão. A prática já atravessou as fronteiras de Burkina Faso, sendo empregada também em Níger e Mali.
"Nossos estudos mostram que no Níger e Burkina Faso, cerca de 500 mil hectares de terra não agricultável foram recuperados nos últimos 20 anos, graças a essa prática", registra Reij. Ela também permitiu elevar o nível dos lençóis freáticos em até 5 metros. No Níger, os agricultores também plantaram 200 milhões de novas árvores. "É possivelmente o avanço ambiental mais positivo do Sahel. Ninguém podia imaginar uma coisa dessas."
É possível visualizar os verdes brotos dessa recuperação climática até mesmo nas imagens de satélite divulgadas pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos em 2008.




Saber regional como base


Esses problemas não são novos. Há muito se oferecem donativos e apoio internacional para ajudar a região a se armar contra as mudanças climáticas. No vilarejo de Jataba, na Gâmbia, por exemplo, constroem-se bombas d'água movidas a energia solar, como parte de um projeto de 114 milhões de euros financiado pela União Europeia. O plano dos engenheiros é que essas bombas venham a abastecer o Sahel com água.
Entretanto, na opinião de Dirk Thies, que, a serviço da Sociedade Alemã de Cooperação Técnica (GTZ), dirige um projeto semelhante em Burkina Faso, "às vezes o que funciona melhor para os agricultores são sistemas de irrigação e técnicas de armazenamento simples". "No momento em que se introduzem sistemas de alta tecnologia, surgem problemas com investimentos e com o know-how", observa.
Nesse sentido, há alguns exemplos de projetos bem sucedidos, com focos diversos, que vão desde o processamento hídrico até práticas agrícolas tradicionais.
Chris Reij, que já trabalha há mais de 30 anos na zona do Sahel, chama a atenção para um projeto em Burkina Faso que reativou uma antiga tradição local chamada "zai", que consiste em semear frutos do campo em covas cavadas na terra. Estas mantêm a água e os nutrientes próximos às raizes das plantas por um longo período, permitindo-lhes sobreviver às fases de seca. Esse método já possibilitou o cultivo em áreas semidesérticas.
Uma outra iniciativa da GTZ em Burkina Faso for a construção de muros de pedras, no final dos anos 80. Acompanhando o relevo natural da paisagem, essas construções ajudam a evitar o escoamento da água e a erosão do solo.
Ponto comum entre esses projetos é serem desenvolvidos a partir do saber nativo. "Os agricultores locais reagem com sensibilidade às mudanças climáticas, eles possuem milhares de anos de experiência", explica Thies. "Eles conhecem os riscos e nunca apostariam tudo numa única cartada. Para ser sincero, um fazendeiro de Burkina Faso está muito mais bem preparado para a mudança climática do que seus colegas alemães."

               

Futuro mais seco


Embora divididos quanto às causas das severas variações climáticas, num ponto os climatologistas são unânimes: a situação tende a piorar.
"Os especialistas acreditam que todos os fenômenos climáticos extremos irão aumentar na África Ocidental, haverá tanto períodos de seca mais longos quanto chuvas mais fortes", alerta Hermann Lotze-Campen, agroeconomista do Instituto Potsdam de Pesquisa do Impacto Climático.
"Condições climáticas extremas, somadas a altas temperaturas que ultrapassam 45º C nos Estados da região de Sahel, deverão agravar a escassez de água e tornar a região ainda mais seca."
As notícias não são boas para uma região cuja existência é extremamente dependente da renda gerada pela plantação de painço e algodão. "Menos chuva significa menos lucros. Segundo estimativas, nas próximas décadas a colheita no Sahel deverá cair entre 20% e 50%. E isto, num momento em que países como o Níger terão a maior taxa de crescimento demográfico do mundo", explica Chris Reij, especialista em agricultura sustentável do Centro de Cooperações Internacionais da Universidade Livre de Amsterdã.



Fonte:
http://www.dw.de/grandes-solu%C3%A7%C3%B5es-por-meios-simples-no-oeste-da-%C3%A1frica/a-16135488

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A vida no Sahel


                                                             A vida no sahel

A vida no Sahel não é fácil, principalmente nos países mais atingidos pelo fenômeno da desertificação do solo como Níger, Mali, Burkina Faso e Senegal. Esses países sofrem com casos de desnutrição, violência e insegurança da população devido ao clima. Isso totaliza cerca de 10 milhões de pessoas sendo 1 milhão de crianças que sofrem de desnutrição grave.
                                             
                                                           Desnutrição no Sahel                                                
  • Níger com 5 milhões e meio de pessoas em situação de sofrimento.
  • Mali com 3 milhões de pessoas sofrendo com casos de violência e ou insegurança devido ao clima
  • Burkina Faso 1,7 milhões de pessoas sofrendo.
  • Senegal 850.000 pessoas sofrendo.


No final de 2011 os países do Sahel que mais sofriam com o fenômeno da desertificação a distribuir alimentos a fim de suprir a desnutrição de crianças desses países.
As pessoas tentando fugir desta realidade migram para as cidades grandes e outros países vizinhos. É o caso de Burquina com 150.000 refugiados. 

sábado, 20 de outubro de 2012

Entrevista com Caroline Hurford


  • Entrevista sobre o Sahel com Caroline Hurford (se tiver dificuldades em inglês, basta ativar as legendas)

Processo de Desertificação do Sahel



  • O processo começa com o corte da vegetação com fins lucrativos (lavouras e construções) a madeira é utilizada como combustível, fabricação de cercas, quebra ventos, etc.
  • Começam as criações de caprinos e bovinos, pelo fato desses animais se alimentarem de galhos mais baixos dos arbustos e gramíneas, isso colabora com a destruição da vegetação.
  • São construídos muitos poços artesianos para fornecer água a população, isso contribui para o esgotamento dos lençóis subterrâneos, deixando a região mais árida
  • Com essa aridez, o solo perde a umidade e fica mais vulnerável à erosão (chuva, ação dos ventos), isso impede com que a vegetação natural cresça de novo, fazendo com que as dunas do Saara avancem cada vez mais para as áreas do Sahel, todos esses fatores, fazem com que as famílias deixem a aldeia e migrem para as cidades

Fonte: Geografia Espaço e Vicência 8º ano

O que é o Deserto do Sahel


  • O Sahel é uma faixa de terra árida ao sul do deserto do Saara que passa por 12 países, o  Senegal, a Mauritânia, o Mali, o Burkina Faso, o Níger, a parte norte da Nigéria, o Chade, o Sudão, a Etiópia, a Eritreia, o Djibuti, e a Somália. Vários deles declararam emergência alimentar. Existe alimento, mas é muito caro e as pessoas que precisam não podem comprar e acabam morrendo de fome, seus animais também acabam morrendo por causa da desertificação com a escassez de chuva.